6.11.06

Ao contrário dos outros dias, não acordei de costas voltadas para o mundo, simplesmente ainda não me deitei. Ainda não há luz na rua, mas não tardará e os pássaros palrarão o amanhecer. Nos últimos dias tenho tido dificuldades em adormecer, algo me perturba.
Tenho vindo a dissecar este ano. Recordo que, no mesmo período do ano passado, tinha prometido a mim mesmo que este ia ser o ano das afirmações, contudo, continuo sem saber onde é que eu me ia afirmar e a quem. Tinha para este ano uma série de objectivos a realizar e a verdade é que os realizei. Mas, o sentimento de dever cumprido iguala o sentimento de os não ter cumprido. Parece que nada mudou.

Em Janeiro inaugurei a minha primeira exposição fotográfica, (algo prematura, confesso). Em Março fui a Londres. Em Maio acabei o curso e fui para Lisboa até Agosto. Em Setembro marquei presença na feira do ano em Montemor-o-velho com o Celeiro dos Sabores. Em Outubro entrei na faculdade e já tenho o bilhete de avião que me levará para junto da minha família, do outro lado do atlântico, em Dezembro. Tinha agendado uma cirurgia ao joelho, mas ao que parece e com alguma sorte, lá para 2010 nas melhores das hipóteses. (O regresso ao futebol federado parece uma miragem). Durante o ano conjuguei todos os objectivos com trabalho.
Foram estas as metas que tracei e até parece que tudo correu bem, mas no entanto…

Ao longo do ano, e por incrível que pareça, esqueci-me de mim, esqueci-me de dar atenção aos meus amigos, à minha mãe, ao meu pai, à minha avó. Esqueci-me de cuidar o corpo e a mente. A ambição torna-me num cadáver com sangue quente. Acho que me esqueci de amar...

06h13 am

1 comentário:

Anónimo disse...

I am the escaped one,
After I was born
They locked me up inside me
But I left.

My soul seeks me,
Through hills and valley,
I hope my soul
Never finds me.