24.4.07

Puerto Madryn (Patagonia)


Atravesso montanhas e desertos. Chego oficialmente à Patagónia à meia-noite. Neuquen é a cidade anfitriã, doze horas depois da partida de Menzoda e doze horas antes do destino final, Puerto Madryn. Não consigo avistar paisagens, mas, a julgar pelo céu, a Patagónia tem um brilho especial.

Despedi-me do bom vinho de Mendoza e do impressionismo dos Andes, que reduz o mais forte dos Homens a um simples grão de areia no deserto do Sahara. Deixei também o Taguchi Koichi, um japonês de meia-idade, que já visitou Coimbra. Uma das poucas palavras que sabe dizer em português é Chanfana.

Em Puerto Madryn existe pouco para ver. É uma cidade piscatória localizada no Novo Golfo, em pleno Atlântico. O que faz de Puerto Madryn um local especial é a Península Valdés, Património da Humanidade, classificado pela UNESCO em mil novecentos e noventa e nove. É um refúgio da vida marítima. Podem encontrar-se aí baleias, pinguins, orcas, leões-marinhos, toninhas, golfinhos e aves barulhentas. O melhor mês para visitar a península é em Dezembro, pelo que eu, agora, só espero encontrar cinco espécies diferentes.

Ushuaia, o meu capricho geográfico encontra-se a pouco mais de vinte e quatro horas de distância e vai ter que ficar para a próxima. Não poderei dizer que estive no fim do mundo, mas sim, a vinte e quatro horas de chegar ao Fim do Mundo.

El calefate torna-se impossível de visitar, sem material de Treeking e sem roupa. Andar em cima de glaciares não pode ser feito com umas sapatilhas de sola gasta e uma camisola de verão. O que faz de rio gallegos especial, é ser o ponto de partida para Ushuaia e El Calefate, por isso, também não interessa. Sendo assim, dia vinte e seis regresso a Buenos Aires. Mas, a viagem não acaba aqui.

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